sexta-feira, 17 de maio de 2013

Toufu (Queijo de Soja)





Quando era criança, minha mãe fazia toufu em casa e aquele cheiro de leite de soja me matava de enjôo. Passava mal quando comia soja e seus derivados, então fiquei uns 35 anos sem comer toufu nem tomar leite de soja. Até que lá no Japão, a médica recomendou incluir a soja na minha dieta para baixar os níveis de colesterol. Bom, pensei, vou ter que engolir aquela coisa ruim. Comecei com os toufus delicados, super soft, chamados kinugoshi. Geladinhos, com muito gengibre fresco ralado, cebolinha e shoyu do bom, era uma delícia, sem aquele cheiro característico e eram branquinhos, quase um flan de tão macios. Depois, com o tempo, comecei a comer soja negra todos os dias. E toufu no misoshiru, mabôdoufu (toufu refogado com carne moída e molho picante) e edamame, aquela soja verde que normalmente acompanha uma cerva bem gelada. Vende pré-cozida nos supermercados, em galhos ou só as favinhas. No verão, sempre é um bom petisco!
Daí...dias desses atacada por uma enorme vontade de comer toufu com shoyu, o que vi no supermercado me deixou na maior revolta: uma embalagem de toufu a quase 11 reais, o dobro do preço dos que são vendidos em sampa! Surtei! Aqui em casa, não há economia com comida, mas pagar 11 reais por um toufu industrializado e muito reba é demais! Me deu coragem para arregaçar as mangas e por a mão na massa.
Encontrar uma soja boa foi uma saga! Tive que me contentar com um pacote de grãos pequenos, tipo amarelo, orgânico. Daí, foi só encontrar o coagulante e mandar ver! Para quem estava acostumada a fazer queijo tipo minas frescal no Japão, posso garantir que o processo da produção de queijo de soja é bem mais fácil. Valeu a pena, saiu do jeito que eu queria, durinho, sim, porque o darling-cobaia prefere o tipo Momen, com a textura um pouco mais “grossa”  que o sedoso kinugoshi e ele disse que está aprovadíssimo, melhor que o vendido nos mercados e de bônus temos o resíduo da soja que tem mil utilidades!




Toufu (de ± 700 gramas)

500 gramas de soja
4 litros de água filtrada
4 colheres de sopa de Cloreto de Magnésio (usei 33 gramas)
2 copos de água morna para dissolver o cloreto

Prepare uma ou duas fôrmas, pode ser uma embalagem de margarina, mas fure o fundo e as laterais ou embalagem longa vida de leite cortada e furada ou fôrma para queijo.  Prepare uma tampa, que pode ser papelão embrulhado em papel alumínio, mas tem que ser menor que a boca da fôrma, para poder ficar em contato com o toufu. Prepare um peso para pressionar o toufu. Usei 1 pacote de farinha envolto em papel-filme (wrap) como peso.

Na noite anterior, coloque a soja numa bacia e cubra com água.
No dia seguinte, descarte essa água onde a soja ficou de molho.
Bata a soja no liquidificador com os 4 litros de água (divida em várias porções).
Leve ao fogo essa mistura obtida, fogo não muito forte, misturando sempre e retirando a espuma que vai se formando na superfície.
Quando ferver, deixe mais 10 minutos, sempre misturando.
Retire do fogo, deixe amornar um pouco, coe num pano limpo (coloquei um pano dentro do amassador de batatas , despejei um pouco da soja batida e apertei bem para escorrer o leite, repetindo várias vezes o processo até acabar a soja), separando o resíduo do leite. O leite obtido vai ao fogo novamente só para aquecer, cerca de 70º C (não deixe ferver!!!).
Desligue o fogo.
Dissolva o cloreto de magnésio na água morna e coloque dentro da panela com o leite de soja, misturando com uma colher de pau. Deixe descansar por 15 minutos.
Coloque a mistura numa fôrma (ou duas) forrada com um pano, aperte por cima, coloque uma “tampa” que fique em contato com o toufu e por cima, um peso. Usei de 1 quilo. Deixe escorrendo por 20 a 30 minutos.
Desenforme numa bacia com água gelada.
Guarde na geladeira dentro de um recipiente com água. Se não consumir tudo, troque a água todos os dias.


Comentários
0 Comentários

Comentário(s)

Nenhum comentário:

Postar um comentário