sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Cocada de Leite Condensado




Ainda em terras nipônicas, quando batia aquela saudade de doces do Brasil, era essa a cocadinha que rolava lá em casa. A receita é daqui, com alguns ajustes.
Aproveitando que aqui no Brasil posso encontrar coco fresco com facilidade e apesar do trabalhão que dá descascar e ralar, posso garantir que o resultado é excelente! Daqui para frente, sempre que puder, utilizarei o coco fresco!


COCADA DE LEITE CONDENSADO
1 lata de leite condensado (usei Moça)
2 latas de açúcar refinado
200 g de coco ralado seco, sem açúcar (usei 250 g de coco ralado fresco)
1 colher (chá) de manteiga

Numa panela de fundo grosso, coloque o leite condensado e as 2 latas de açúcar. Leve ao fogo médio-baixo por uns 5 minutos, sempre mexendo com uma espátula. Acrescente a manteiga e o coco e continue mexendo para não queimar. Estará pronta quando desgrudar do fundo da panela, levando no total cerca de 20 a 25 minutos. No meu fogão deu 22 minutos.
Despeje numa fôrma untada com manteiga (usei uma de 30 X 24 cm), espere amornar e corte em quadradinhos.


sexta-feira, 17 de maio de 2013

Toufu (Queijo de Soja)





Quando era criança, minha mãe fazia toufu em casa e aquele cheiro de leite de soja me matava de enjôo. Passava mal quando comia soja e seus derivados, então fiquei uns 35 anos sem comer toufu nem tomar leite de soja. Até que lá no Japão, a médica recomendou incluir a soja na minha dieta para baixar os níveis de colesterol. Bom, pensei, vou ter que engolir aquela coisa ruim. Comecei com os toufus delicados, super soft, chamados kinugoshi. Geladinhos, com muito gengibre fresco ralado, cebolinha e shoyu do bom, era uma delícia, sem aquele cheiro característico e eram branquinhos, quase um flan de tão macios. Depois, com o tempo, comecei a comer soja negra todos os dias. E toufu no misoshiru, mabôdoufu (toufu refogado com carne moída e molho picante) e edamame, aquela soja verde que normalmente acompanha uma cerva bem gelada. Vende pré-cozida nos supermercados, em galhos ou só as favinhas. No verão, sempre é um bom petisco!
Daí...dias desses atacada por uma enorme vontade de comer toufu com shoyu, o que vi no supermercado me deixou na maior revolta: uma embalagem de toufu a quase 11 reais, o dobro do preço dos que são vendidos em sampa! Surtei! Aqui em casa, não há economia com comida, mas pagar 11 reais por um toufu industrializado e muito reba é demais! Me deu coragem para arregaçar as mangas e por a mão na massa.
Encontrar uma soja boa foi uma saga! Tive que me contentar com um pacote de grãos pequenos, tipo amarelo, orgânico. Daí, foi só encontrar o coagulante e mandar ver! Para quem estava acostumada a fazer queijo tipo minas frescal no Japão, posso garantir que o processo da produção de queijo de soja é bem mais fácil. Valeu a pena, saiu do jeito que eu queria, durinho, sim, porque o darling-cobaia prefere o tipo Momen, com a textura um pouco mais “grossa”  que o sedoso kinugoshi e ele disse que está aprovadíssimo, melhor que o vendido nos mercados e de bônus temos o resíduo da soja que tem mil utilidades!




Toufu (de ± 700 gramas)

500 gramas de soja
4 litros de água filtrada
4 colheres de sopa de Cloreto de Magnésio (usei 33 gramas)
2 copos de água morna para dissolver o cloreto

Prepare uma ou duas fôrmas, pode ser uma embalagem de margarina, mas fure o fundo e as laterais ou embalagem longa vida de leite cortada e furada ou fôrma para queijo.  Prepare uma tampa, que pode ser papelão embrulhado em papel alumínio, mas tem que ser menor que a boca da fôrma, para poder ficar em contato com o toufu. Prepare um peso para pressionar o toufu. Usei 1 pacote de farinha envolto em papel-filme (wrap) como peso.

Na noite anterior, coloque a soja numa bacia e cubra com água.
No dia seguinte, descarte essa água onde a soja ficou de molho.
Bata a soja no liquidificador com os 4 litros de água (divida em várias porções).
Leve ao fogo essa mistura obtida, fogo não muito forte, misturando sempre e retirando a espuma que vai se formando na superfície.
Quando ferver, deixe mais 10 minutos, sempre misturando.
Retire do fogo, deixe amornar um pouco, coe num pano limpo (coloquei um pano dentro do amassador de batatas , despejei um pouco da soja batida e apertei bem para escorrer o leite, repetindo várias vezes o processo até acabar a soja), separando o resíduo do leite. O leite obtido vai ao fogo novamente só para aquecer, cerca de 70º C (não deixe ferver!!!).
Desligue o fogo.
Dissolva o cloreto de magnésio na água morna e coloque dentro da panela com o leite de soja, misturando com uma colher de pau. Deixe descansar por 15 minutos.
Coloque a mistura numa fôrma (ou duas) forrada com um pano, aperte por cima, coloque uma “tampa” que fique em contato com o toufu e por cima, um peso. Usei de 1 quilo. Deixe escorrendo por 20 a 30 minutos.
Desenforme numa bacia com água gelada.
Guarde na geladeira dentro de um recipiente com água. Se não consumir tudo, troque a água todos os dias.


sexta-feira, 19 de abril de 2013

Pão de Queijo Prático (com parmesão ralado)





Quem já morou fora, sabe: saudade de pão de queijo é coisa séria. A gente acaba adaptando a receita com ingredientes locais para tentar matar a saudade desse pãozinho.
Eu mesma, fiz muito pão de queijo com Tapioca Starch, um tipo de polvilho doce à venda em alguns supermercados japoneses e queijo feta. Como o tapioca starch não tem aquele azedinho característico, o queijo feta dava uma equilibrada.
Uns anos atrás, quando vim passar 15 dias no Brasil, quis ir ao Shopping Ibirapuera sozinha porque precisava comprar uns livros e eu me conheço bem, sei que ia demorar umas boas horas na livraria. Quando vi o quiosque da Casa do Pão de Queijo, meus olhos brilharam! Depois de quinze anos, comer o autêntico pão de queijo dessa loja, com suco de laranja foi tão maravilhoso, me levou aos céus! Fui ao delírio! Até hoje não esqueço o sabor.
Enfim, depois de retornar em definitivo, tenho experimentado algumas receitas. Mas nestes dias corridos, eu precisava era de uma receita prática, sem necessidade de ficar ralando queijo. Usei metade de polvilho doce e metade de polvilho azedo, nem tão chicletoso, nem tão cascudo! Usei parmesão que tinha em casa e vou te falar, ficou beeeem melhor que o que fiz com queijo minas meia-cura, semana passada. Acho que é por que curto sabores mais intensos...
Receita adaptada daqui.

 
Pão de Queijo

125g de polvilho doce
125g de polvilho azedo
240 ml de leite
50 ml óleo  (1/4 de xícara)
1 colher de chá de sal
100 g (um pacotinho) de queijo parmesão ralado, usei Poços de Caldas
1 a 2 ovos (bater ligeiramente com garfo) 

Numa panelinha, ferva o leite, óleo e sal.
Numa vasilha grande, coloque os polvilhos.
Verta o leite quente por cima e misture com uma colher de pau.
Espere amornar um pouco e dentro da vasilha mesmo, amasse até esfriar.
Vai ficar lisinha.
Junte o queijo parmesão e os ovos batidos (coloque os ovos aos poucos, é com os ovos que você vai "sentir" a consistência. Normalmente 1 ovo grande é suficiente, mas vai depender do tamanho). 
Amasse mais um pouco até a massa ficar homogênea. Você precisa obter uma massa que possa fazer bolinhas.
Se achar necessário, unte as mãos com óleo (eu não precisei) e vá fazendo bolinhas. Normalmente faço bolinhas pequenas, mas desta vez consegui fazer 12 de 55 gramas cada.
Asse em forno preaquecido a 200˚C por 30 a 40 minutos, dependendo do seu forno e do tamanho das bolinhas. Devem ficar dourados em cima.

Quem quiser fazer com o queijo minas meia-cura, substitua o parmesão por 150 gramas de meia-cura (Minas Padrão) ralado + 2 colheres de sopa de parmesão ralado (ou só o queijo minas).


sábado, 13 de abril de 2013

Bolo de Banana Caramelada



Quem é que não curte um simples bolo de banana?
Quando as bananas começam a ficar pintadinhas, eis o destino delas!
Inspiração daqui mas acrescentei água e óleo na massa.

BOLO DE BANANA CARAMELADA

1 xícara de açúcar
3 a 4 bananas cortadas no sentido do comprimento
 

Derreta o açúcar numa panelinha, até ficar com cor de caramelo. Prefiro não colocar água, mas se quiser, adicione no máximo umas 2 ou 3 colheres de sopa.
Despeje numa fôrma redonda e, por cima, espalhe as bananas .
Eu costumo cortar um pedaço redondo de cooking sheet importado (porque ainda estou à procura de um bom papel manteiga nacional) e coloco no fundo da fôrma. Em cima do papel, o caramelo e depois as bananas. Facilita na hora de desenformar.



Preaqueça o forno, 180ºC (no meu forno é 205ºC) enquanto prepara a massa:

4 claras
4 gemas
2 xícaras de açúcar
1/4 xícara de óleo
3/4 xícara de água
2 xícaras de farinha de trigo
1 colher (sopa) fermento em pó
Bata as claras em neve e reserve.
Bata as gemas com o açúcar até esbranquiçar . Junte o óleo, bata um pouco e junte a água em 2 vezes. Desligue a batedeira e peneire a farinha com o fermento sobre essa mistura. Misture com fouet, junte as claras em neve e misture. Despeje a massa sobre as bananas e leve para assar em forno pré-aquecido a 180ºC por 35 minutos, fazendo o teste do palito.
Deixe amornar para desenformar com cuidado sobre o prato de servir.

Pavê de Amendoim


Pavê de Amendoim



Tem algo mais old-fashioned do que pavê de amendoim?
Talvez tenha, mas estando no Japão, a gente acaba ficando com saudade de tanta comida, não importando se é fora de moda ou não!
A saudade poderia ser definida como um tipo de fome, saciada pela memória gustativa. Quando surge o encontro do paladar com a lembrança, a saudade é alimentada com suspiros e celebração.
Um dia, uma colega de serviço no Japão, a Clarissa, trouxe um pedaço de pavê de amendoim e, ao experimentar, veio à minha mente aquele pavê que minha mãe fazia quando eu era criança. Claro, o da minha colega era bem diferente do pavê da minha mãe, mas aquele gostinho de amendoim me fez suspirar! Ela me deu a receita, tinha até um nome engraçado, Torrone do Amor, mas na hora de executar a receita, eu achava que o creme ficava "líquido demais" e para ajustar ao meu paladar, surgiu o pavê de amendoim da maneira como eu faço atualmente. Sim, porque gosto dele bem cremoso e também porque na receita que minha mãe fazia, tinha gema crua e manteiga, dois ingredientes que eu evito usar. Eis a receita, simples, prática, rápida:

                          Ingredientes do Brasil 


                          Ingredientes do Japão  
Pavê de Amendoim

1 lata de leite condensado
1 gema + uma colherzinha de maizena (para não talhar)   
500 ml de creme de leite fresco
500 g de amendoim torrado
2 pacotes de biscoito Maria ou Maizena + leite para molhar o biscoito

Misture com a espátula a gema e a maizena numa panela de fundo grosso.
Acrescente o leite condensado e leve ao fogo médio até engrossar um pouco, misturando
para não queimar.Coisa de uns minutinhos, só para dar uma engrossada e cozinhar o amido de milho.




Tire numa vasilha, cubra com um plástico (papel filme) e deixe esfriar.
Bata no liquidificador (apenas pulse) o amendoim.
Na batedeira (ou com fouet), bata o creme de leite até o ponto de chantily mole (com picos moles), acrescente o leite condensado cozido e já frio e bata apenas para misturar. Caso queira um creme mais líquido, somente misture o leite condensado cozido com o creme de leite com a espátula.
 *DICA: Aqui, o mais importante é fazer um creme que não fique muito encorpado. Se quiser colocar agora todo o amendoim torrado, ok! Eu prefiro ir salpicando sobre o creme enquanto monto o pavê!
Numa fôrma de vidro (ou tupperware, como eu faço) coloque uma porção de creme, biscoito molhado no leite, creme, salpique amendoim e vá fazendo camadas até acabar os ingredientes.
Eu já usei amendoim comprado torrado e triturado, vem num pacote de 1 quilo, mas eu ainda prefiro comprar amendoins crus, torrar levemente e triturar (pulsar).
Agora é só tampar e deixar na geladeira, que vai sumir rapidinho! O marido adora, o irmão caçula também! LOL







domingo, 10 de fevereiro de 2013

Bolo de Cenoura

Bolo de Cenoura

Atendendo a pedidos de amigas que moram em terras nipônicas, resolvi postar a receita de Bolo de Cenoura, da maneira como eu fazia por lá, com ingredientes de lá!
A cobertura de chocolate desta vez foi aquela mais simples, utilizando chocolate em pó dos frades. Mas passarei a cobertura de ganache, pois não é muito fácil encontrar por lá um bom chocolate em pó. Caso queiram cobrir o bolo inteirinho, dobrem a receita da cobertura, ok? (eu prefiro  assim, como na foto! : )




Bolo de Cenoura
Ingredientes da Massa:

(Utilize uma xícara de 200 ml)

3 ovos
3/4 xícara de óleo
2 xícaras de açúcar
250 a 300 gramas de cenouras em rodelas
3 xícaras de farinha de trigo
1 colher de sopa de fermento em pó

1) Ligue o forno e deixe preaquecendo numa temperatura de 180 a 205 graus. (depende do seu forno. No meu Electrolux, asso a 205 graus)
2) Prepare uma fôrma  com buraco no meio com capacidade para 10 xícaras, untando com margarina e polvilhando farinha de trigo.
3) Peneire a farinha e fermento numa bacia.
4) Bata no liquidificador os ovos e o óleo por 1 minuto.
5) Junte o açúcar e bata por uns dois minutos.
6) Acrescente as cenouras e bata por uns 2 minutos.
7) Aqui, se seu liquidificador for ¨poderoso¨, pode acrescentar a farinha e fermento aos poucos e PULSAR algumas vezes, apenas para misturar.
Se seu liquidificador for daqueles menos potentes e menores,  não coloque a farinha e fermento no copo do liquidificador, não! Coloque a mistura do liquidificador na bacia onde peneirou a farinha e fermento.



8) Misture a massa com um fouet, depois com uma espátula.
9) Despeje a  massa na fôrma preparada e leve ao forno por 37 a 40 minutos.
10) Faça o teste o palito, inserindo um palito de churrasco no bolo. Se sair limpo, ok!, está pronto.
11) Deixe amornar por 10 minutos dentro da fôrma.
12) Vire o bolo sobre um prato e vire novamente para que a parte de cima fique para cima.
13) Aplique a calda sobre o bolo.

CALDA DE CHOCOLATE EM PÓ
5 colheres de sopa de açúcar
5  colheres de sopa de chocolate em pó ou cacau
5 colheres de água
1 colher de sopa de margarina (pode ser com sal)
 Leve os ingredientes ao fogo misturando sempre com uma espátula. Quando engrossar como um brigadeiro mole, aplique sobre o bolo morno.

GANACHE DE CHOCOLATE
2 tabletes de chocolate meio amargo picado (58 gramas cada), pode ser Meiji, Morinaga, Dars, Ghana
50 ml de creme de leite (pode ser Nama-kurimu, Hoippu Kurimu, qualquer um, inclusive de soja).
Derreter o chocolate em banho-maria  ou numa tigela no microondas. Junte o creme de leite e misture bem. Aplique.



sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Sabores da Saudade!

Eu vivi duas décadas longe do Brasil, quase a metade da minha vida.
Era administradora, especialista em RH... até o dia que a casa caiu, quero dizer, que a empresa onde trabalhava entrou em concordata, os bons profissionais começaram a debandar, enfim, entrou num processo de decadência total.
Alguns primos tinham ido ao Japão e isso me deu coragem para abandonar tudo e mudar pra lá de mala e cuia. Os primeiros anos foram duros, não tinha loja de produtos brasileiros, morria de saudade da comidinha da minha mãe e não tinha nem como reproduzir as receitas por falta de ingredientes. Depois, aos poucos, fui conseguindo substituir os ingredientes brasileiros por ingredientes japoneses, mas foi difícil e cansativo.
Enfim, estou de volta...mas agora morro de saudade da comidinha de lá, dos sushis maravilhosos, do lamen gordurento, dos bolos ultra macios, dos doces....
Tudo isso explica pelo menos o nome SABORES DA SAUDADE
Sabores da Saudade nasceu com a idéia de organizar melhor minhas receitas, assim como estávamos acostumados com nosso bom e velho caderno guardado no armário da cozinha. Mas como uso mais o computador até na minha cozinha, queria colocar aqui aquelas receitas com sabor de saudade, para poder ter acesso enquanto cozinho. E deixar aí para quem quiser... Mas já vou logo avisando: o que dá certo na minha cozinha, pode não funcionar em outras cozinhas!
Estou, portanto, adicionando a este caderno memórias, ingredientes, lugares e sabores de todos os tipos, receitas com os sabores da saudade!